Thursday, July 14, 2011

MUITOS SERÃO CHAMADOS, MAS SÓ UM FICARÁ

Reza a Bíblia (Mateus, 22:14) que muitos serão chamados, mas poucos serão escolhidos. E a parábola explica muito bem porque uns são escolhidos e outros não.


Para a eleição presidencial do próximo dia 07 de Agosto (dia de S. Caetano) chamados estavam todos os cabo-verdianos com mais de 35 anos de idade que estivessem no pleno uso dos seus direitos cívicos e políticos. Atenderam ao chamado Jorge Carlos de Almeida Fonseca e o grupo de nacionais que o apoiam; Aristides Raimundo Lima e seus apoiantes; Manuel Inocêncio Sousa e seus apoiantes; David Hopffer de Cordeiro Almada e seus apoiantes; e Joaquim Monteiro e os seus apoiantes.

A redução começou bem cedo.


1. David Almada e seus apoiantes deixaram de ter um projecto próprio. Não tendo conseguido o apoio do seu partido (o PAICV), desiste da corrida, deixando muita gente na corrida para granjear o seu apoio (pessoal e do grupo que o incentivava);

2. Jack Monteiro e o «seu povo» parecem ser os próximos a deixar a corrida. Sem um projecto presidencial, com um deserto de propostas para o Estado, a Sociedade e a Administração Pública, talvez nem garanta os votos dos subscritores da sua candidatura;

3. Manuel Inocêncio Sousa, candidato oficial do PAICV, não tem verbo. Mostra grandes dificuldades no discurso, deixando claro não ter participado da sua montagem. Foge aos despiques, não imaginando que isso é a pior coisa que se pode fazer em uma campanha para a presidência da República. Os debates e a proposição de um estilo de exercício do mandato são as duas grandes «promessas» que se esperam de candidatos que não concorrem para governar, antes se disponibilizam para agilizar o funcionamento integrado e harmonioso das instituições da República, assumindo-se como guardião da Constituição, fautores da coesão nacional e fomentadores da realização dos grandes desígnios nacionais, maximé do Estado e da Sociedade plasmados na Constituição. Quem não convencer nesses aspectos não pode, não deve, chegar lá. E, pelo andar da carruagem – conquanto a afinadíssima máquina de campanha do PAICV ainda não tenha atingido a velocidade de cruzeiro – estou em crer que Inocêncio deixará a corrida no dia 07 de Agosto;

4. Aristides Lima e Jorge Carlos Fonseca disputarão uma renhida segunda volta. Qual das duas candidaturas será um mal menor para José Maria Neves, seu Governo e pessoal da Lista J, alargada? Aristides Lima, QUE SE GANHAR, terá os seus Generais, em pouco tempo, disputando a liderança do partido a JMN? Ou Jorge Carlos Fonseca, que pode permitir a JMN dizer, com propriedade, «MEUS SENHORES, ESTRAGARAM TUDO COM A VOSSA ATITUDE; AGORA VAMOS A CONGRESSO REVERIFICAR A LEGITIMIDADE PARA DIRIGIR O PARTIDO»? Uma eventual e inusitada aposta de JMN em ARL, seria entregar-se de bandeja aos adversários e a confissão de que falhou estrondosamente na frente interna (do partido, leia-se); enquanto que apoiar o amigo JCF, um democrata leal, um fervoroso defensor da ordem constitucional e que não tem contrapartidas a pagar pelos apoios recebidos, significa poder renovar o partido, rectificar a correlação de forças existente internamente, traduzir isso na nova composição dos órgãos nacionais e dos regionais de maior expressão, continuar a governar sem sobressaltos e, sobretudo, encarar o desafio presidencial já em 2016. A minha aposta vai no sentido de que JMN deixará cair ARL. Não com uma declaração aberta de apoio, nem com instruções públicas de sentido de voto, mas com uma eloquente liberdade de voto aos seus indefectíveis e apoiantes da candidatura de MIS.

5. E assim, dos muitos chamados, só restará JORGE CARLOS DE ALMEIDA FONSECA, eleito, democraticamente, Presidente da República das ilhas de Cabo Verde (e da sua indissociável Diáspora).

(PARÊNTESE) Pessoalmente - se fosse candidato e estivesse na situação privilegiada em que o ZONA se encontra - daria garantias a Carlos Veiga e a José Maria Neves de que estaria interessado em apenas um mandato, a ser exercido de forma magistral e pedagógica, a modos de servir de referência para o futuro. Assim agindo, contaria, a um tempo, com um apoio mais entusiástico, mais real e mais aguerrido, da máquina de campanha e dos «soldados» do MpD (tem-no já dos Generais); e garantiria o apoio de JMN no segundo turno. Quitação antecipada. Mas eu sou eu, um blogueiro, pouco menos que anónimo, que se atreve a pôr-se na pele de um presidenciável; e ZONA é um político com quilómetros nas pernas e um cérebro de eleição, contando, ainda, com um corpo grande de conselheiros bem batidos nestas andanças.

6. E todos viveriam felizes… até às chamadas para 2016. No atendedor, duas figuras fundamentais: CARLOS ALBERTO WAHNON DE CARVALHO VEIGA e JOSÉ MARIA PEREIRA NEVES. Mesmo que só estes, e respectivos apoiantes, atendam ao chamado, só um restará. Mas isso são contas de outro rosário. Até lá.

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