Friday, February 27, 2009

DOSSIERS A MARTELO

Em 2007 nada indicava que 2009 seria um ano de tantos e tão importantes dossiers. Congresso/Convenção, Revisão Constitucional e Eleição presidencial são os dossiers que enchem as mesas dos dois principais partidos políticos.
O dossier Congresso/Convenção, por se tratar de reuniões ordinárias dos órgãos máximos dos dois partidos, tinha de estar este ano sobre a mesa. Diktat dos estatutos.
Mas já o dossier eleição presidencial entrou claramente a martelo. Jorge Santos, com a sua paixão pelo óbvio, declarou, urbi et orbi, que Carlos Veiga é o candidato do seu partido na eleição para a presidência da República em 2011. Ponto. Despoletou tudo.
Hopffer que quer evitar que, desta feita, lhe voltem a trocar as voltas, como aconteceu em 2000/01, joga na antecipação e desdobra-se em contactos estratégicos e em almoçaradas e jantares, na Praia e em Rui Vaz, ciente de que os seus adversários internos de 2001 (Pires e dinhêr d’Angola) estariam fora de combate. Ledo engano. Acaba de surgir a sombra comprida de Aristides Lima e um certo cheirinho a dinhêr d’Angola com a franca possibilidade da candidatura do Comandante Silvino da Luz. E tudo se complica. Para Hopffer e, principalmente, para José Maria Neves. Qualquer promessa que este tenha feito àquele fica agora, no mínimo, suspensa. Se é verdade que não seria mui difícil para JMN escolher entre Hopffer e Lima, o mesmo já não se poderá dizer quando a escolha se colocar entre Hopffer e Da Luz (com tudo o que este pode fazer vir do Sul, para ajudar nas despesas das duas campanhas de 2011). E foi ver o mesmo JMN, que dizia no princípio da semana que a eleição presidencial não era, por agora, prioridade do PAI, a anunciar, no final da semana, a mesma eleição como fazendo parte da agenda da reunião do Conselho Nacional do final do mês. A martelo, pois.
Se no dossier «ELEIÇÃO PRESIDENCIAL» os calos de JMN sofreram, sozinhos, a pressão, já no dossier «REVISÃO CONSTITUCIONAL» Humberto Cardoso pisou os calos de todo o mundo, que é como quem diz, do PAI e do MpD, os quais contavam seguir empurrando o assunto com a barriga, até que o dossier «ELEIÇÃO LEGISLATIVA» ocupasse toda a mesa, adiando a revisão lá para as calendas gregas. Mas Cardoso, o enfant terrible do MpD, surpreende tudo e todos com o depósito do seu projecto de revisão. Estava o caldo entornado. Registado o projecto, os demais actores tinham 90 dias para darem entrada das suas propostas. Ou então ficava valendo apenas o projecto HC. A estratégia dos partidos (de seguir empurrando com a barriga) foi para o ralo. E é confrangedor ver as propostas que estão em cima da mesa: nada de suculento ou fundamental, nem de verdadeiramente estruturante ou urgente. Prova acabada de que o dossier entrou a martelo e que a martelo saíram, também, as propostas.
Mas a curiosidade do momento fica por conta do dossier mais natural do ano (Congresso/Convenção), que está de cabeça para baixo: JMN, que perdeu as eleições do ano passado, está de pedra e cal no PAI; Jorge Santos, que venceu as mesmas eleições, com um estardalhaço tremendo, está de malas aviadas. Alguém entende isso? No único dossier aprazado para o ano de 2009, em que quase tudo apontava para que fosse JMN (que assumiu como sua a derrota do seu partido) a ter problemas de afirmação, é, afinal, Jorge Santos quem está de partida (após realizar em quase 100% as propostas da sua moção de estratégia), fustigado por forte contestação interna, vinda, essencialmente, das pessoas que o deixaram sozinho (para se estrepar) na tal da eleição que acabou ganhando.
Os deuses andarão loucos? Ou será a nossa classe política que está perturbada? Quo Vadis?

Monday, February 23, 2009

RASGAÇÃO DE SEDA

“Amor não é olharem um para o outro, mas sim olharem ambos numa mesma direcção.”
Antoine de Saint-Exupéry
Nada, de 91 a esta parte, fazia prever tanta rasgação de seda entre Veiga e Silveira.
Silveira tirou a Veiga todo o protagonismo naquela ofensiva política que foi a convocação de uma reunião de Conselho de Ministros no Mindelo, capital do Noroeste. Veiga era Primeiro-ministro (e Presidente do Conselho) mas à comunicação social só interessava uma coisa: ONÉSIMO IRIA OU NÃO ESTAR PRESENTE NA PRIMEIRA REUNIÃO DO CONSELHO DE MINISTROS DESCENTRALIZADA? De lembrar que Onésimo Silveira era tão-somente o Presidente da Câmara Municipal de Sanvicente. Decorriam os anos áureos de Veiga e do MpD.
No Ano 2000 (o tal que estava para ser o último da nossa era) Silveira avança, contra todas as expectativas, com uma candidatura à Presidência da República. Baralhou completamente as contas das demais candidaturas. A candidatura de Veiga foi aos arames e disse, para quem quisesse ouvir, que Silveira estava mancomunado com Pires e com o PAI e que a sua candidatura era apenas uma manobra de diversão, virada para o esfarelamento dos votos da área política de Veiga. Haveria, de facto, algum arranjo entre Silveira, Pires e PAI? Nunca ninguém provou nada. A verdade, porém, é que o Homem do Norte abandonou a corrida presidencial dias antes do escrutínio e acabou embaixador de Cabo Verde em Portugal.
Nas campanhas de 2005/06, Silveira integrou a lista de candidatos a deputado do PAI pelo círculo de Sanvicente e integrou grupos de apoio à campanha para a reeleição de Pires, tendo Veiga do outro lado das barricadas, num e noutro pleito.
No fórum sobre a descentralização, realizado na Cidade da Praia, Veiga defendeu posições muito próximas das de José Maria Neves, deixando Onésimo Silveira, Jorge Santos, Isaura Gomes, Orlando Delgado e muito boa gente completamente baralhada e, por isso mesmo, incapaz de defender o tipo de descentralização que sempre defenderam, a REGIONALIZAÇÃO. No plenário ficou a sensação de que o pessoal do Noroeste se sentiu traído. Sem o apoio do «padrinho» Veiga, que tinham como favas contadas, o grupo dispersou-se e não conseguiu defender a sua tese. Só Orlando Delgado ainda deu um ar de sua graça.
Pareciam-me demasiadas coisas (e loisas também) entre Veiga e Silveira. Mas, mais uma vez, ficou patente que há mais coisas entre o céu e a terra do que admite a nossa vã filosofia. No ano de graça de 2009, assiste-se a uma rasgação de seda impressionante entre Silveira, cientista político de nomeada, e Veiga, o político que se fez, de 91 a 95, deixando para trás quase todos os políticos nacionais caldeados na clandestinidade contra o colonial-fascismo.
Parece fã falando de seus ídolos? Não só parece, como é. Tenho um enorme respeito pela ciência e sapiência do Homem do Norte; nutro uma grande admiração pela forma como cria factos políticos e dele tira proveitos (políticos, claro); causa impressão o seu senso de justiça, mormente quando identifica e separa o lado bom do lado mau das coisas (impressionou-me, sobremaneira, a forma como defendeu a Administração Pública cabo-verdiana e os políticos cabo-verdianos no último fórum do jornal A SEMANA, na Cidade do Mindelo – ESTAMOS ONDE ESTAMOS, CHEGAMOS ONDE CHEGAMOS, COM ESTA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, COM OS POLÍTICOS QUE TEMOS), na mesma medida em que abomino o seu elaborado bairrismo.
Do outro lado, temos Carlos Veiga, o homem que foi colocado à frente do Movimento para a Democracia por um grupo de políticos espertos (espertos, na acepção que a palavra tem na ilha do Fogo) com segundas intenções (e quiçá terceiras, quem sabe?) e deu a volta por cima. A ideia era tê-lo como bandeira, graças à sua reputação, competência e popularidade, conquistar o poder, para, mais tarde, manejá-lo à vontade. Ai que se deram tão mal os malandrinhos! Veiga, fingindo que se deixava levar ou reagindo instintivamente, controla todos os dossiers, ganha a necessária malícia, toma o freio nos dentes, apossa-se do poder… e manda para escanteio os chicos-espertos que pensavam fazer dele marioneta de teatrinho de rua. Bati palmas. Silenciosamente, é certo. E ganhei respeito e admiração por este magistrado que se fez político para não ser títere nas mãos de políticos calculistas.
Compreende-se agora melhor o meu estado de espírito diante da rasgação de seda que tem havido entre estes dois monstros sagrados da nossa política? Veiga ressarce Silveira do chega-prá-lá em que se traduziu a posição que assumiu no debate sobre a descentralização (no fórum Veiga defende a região-ilha, com uma autarquia supra-municipal administrando a ilha e gerindo as sinergias dos municípios integrantes), patrocinando agora a solução bicamaral para o parlamento, proposta por Silveira. Em agradecimento, aparece Silveira confessando que já consegue vislumbrar em Veiga um Homem de corpo inteiro, como nunca entrevira antes. Não é comovente?
A comoção não tem, directamente, nada a ver, nem com a Câmara das Ilhas, nem com o reconhecimento de Veiga como Homem de corpo inteiro. Nada disso. Não questiono a bondade da solução bicamaral (e quem sou eu para questionar uma proposta de O.S.?), nem ponho em dúvida o facto de Veiga ser um homem de corpo inteiro. Comovente é a constatação da forma voluptuosa como a ternura invade o coração dos homens, quando estes acreditam que as diferenças entre eles se estão esbatendo. E fico curioso quando cogito em como ficarão as coisas, quando Silveira descobrir, mais uma vez, que continua mouro (na acepção que o termo tem em Santiago) porque o padrinho voltou a abandoná-lo no altar. É que não senti em Veiga, quando pareceu defender o tal de Senado, a mesma firmeza que sinto quando Silveira defende a criação do Senado. E as sedas rasgadas agora, no calor do amor descoberto, como ficarão? É que uma vez a seda rasgada…
Assim como assim, de tudo que vi, li e ouvi nestes dias, do que mais gostei foi da rasgação de seda entre Veiga e Silveira. Apesar dos pesares.

Wednesday, February 18, 2009

EM TEAM QUE GANHA NÃO SE MEXE?

“A prática não é o que se faz quando se é bom. É o que fazemos para nos tornarmos bons.”
Malcom Gladwell
Em team que ganha não se mexe? Isso pode ter sido válido aí há umas décadas atrás. Hoje, em tempos de profundas mudanças de paradigmas, a verdade é outra. Há que preparar o team para novos e maiores desafios; há que adaptar o team para o clima onde se vai jogar a segunda mão da eliminatória; há que adequar o team para enfrentar o desconhecido. Experimente-se ganhar a Taça de Portugal com um «onze» da segundona e levar o mesmo «onze» para defrontar o Liverpool na Taça UEFA; experimente-se levar o mesmo team, porque goleou o Estrela da Amadora, para ir defrontar o Manchester (o City ou o United, não importa); avance-se pela Champions League com o team que ficou em segundo lugar na Superliga portuguesa, sem mudanças, porque o team ganha, para enfrentar os gigantes de Milão (o Inter ou o AC, não interessa). Vá lá, quem dá o primeiro passo? Tretas. Pode-se até experimentar; pode-se até ter a coragem de avançar. O diabo são as cabazadas que se teria que arrecadar. O nosso team, o nosso jogo, precisavam ser o nec plus ultra do futebol, ter a perfeição absoluta, para que nos atrevêssemos a utilizá-lo, SEM MUDANÇAS e COM SUCESSO, para enfrentar uma equipa inglesa ou uma equipa italiana, indiferentemente. Mesmo isso, apenas em tese. Que, perante a Teoria do Caos, tudo pode baquear. Mormente em desporto de alta competição ou na luta pelo desenvolvimento.
Com uma tal filosofia («em team que ganha não se mexe») como conciliar Reforma com a atitude dos nossos burocratas, traduzida no célebre pronto-a-servir «se todo o mundo se organiza assim, porque haveríamos de querer mudar»? Como discutir uma questão séria, buscar consensos, levando debaixo do braço um arsenal de ideias preconcebidas? Como dar o salto, todos juntos, se uns tantos só saltam se houver garantia que vão aterrar em um lugar como o «tchon di Holanda», o tal que é pavimentado com esponja? E as reformas serviriam de alguma coisa se as fizéssemos apenas depois de darmos com os burros na água?
Tenho por mim que é fundamental que a gente comece a raciocinar indutivamente e a agir proactivamente. Não acelerar apenas porque um «possante» nos deixou para trás, enredados em um redemoinho de pó; ou mudar de rumo apenas quando vemos um muro se aproximando de nós a uma velocidade vertiginosa. Por vezes, as mais das vezes, é bem avisado acelerar e/ou mudar de rumo, ainda que circulando numa estrada em que, aparentemente, circulamos sozinhos; mesmo que numa soalheira tarde de Junho; apesar de tudo parecer um mar de rosas. Com o firme propósito de continuarmos… à frente; sem a ameaça de uma castrante nuvem de pó, ou de um muro que surge, de repente, do nada, para nos travar a caminhada. É isso a proactividade. É essa a prática dos vencedores. É isso que garante um «tchon di Holanda» no futuro.
E são as mudanças de paradigmas do nosso tempo - as tais que obrigam a que se mexa ATÉ em team que ganha, para que se fique acima da linha de água - que justificam a necessidade de intervenções proactivas nas organizações. Com o escopo de as preparar para enfrentar os desafios, do presente e do futuro, com hipóteses de vencer (ou pelo menos de não soçobrar).

Tuesday, February 17, 2009

DA ORAÇÃO À ACÇÃO II

A TESOURA DO BUROCRATA
“A excelência numa actividade complexa exige um nível mínimo e crucial de prática”
Malcom Gladwell

Preocupa-me muito o efeito da tesoura dos burocratas sobre as pessoas que querem que também na Administração Pública haja o toque mágico da Qualidade, haja participação desejada e aceite, que não seja o mesmo «feijão-com-arroz» de sempre, rebaptizado com outro nome. É que a frustração pode dar cabo da boa-vontade dessas pessoas.
O sucesso desses burocratas mata no ovo o desejo de participar, a iniciativa, a criatividade e o culto da inovação. Bloqueando a afirmação de agentes de mudança, acabam sufocando, à nascença, toda e qualquer tentativa de mudança. E isso porque, por aqui, as coisas não são resolvidas nem com a frontalidade, nem com a lisura, que devem enformar os processos democráticos de tomada de decisão. Não. Após algum recrudescimento de agressividade na defesa das posições, falso indicador de que se está no caminho certo, acontece, de repente, a radicalização, pura e simples: o burocrata-mór apoia, de forma desbragada, os conservadores e, com uma condescendência pouco menos que obscena, se permite respeitar o ponto de vista do outsider. Para rematar, e com um paternalismo muito mal disfarçado, abre-lhe a possibilidade de participar da consolidação da posição da linha dura. Pode haver violência maior? Você se ver obrigado a optar entre a posição dos burocratas de serviço (pouco menos que interesseira) e a sua convicção (entretanto banida, não pelo peso dos argumentos, mas pelo argumento do peso… dos burocratas)?
A escolha parece ser óbvia, não é? Mas como conviver com o estigma, derivado de acusações gratuitas - mais sussurradas do que verdadeiramente verbalizadas - como o de que somos mercenário ao serviço de uma quimérica quinta coluna?
Militante ferrenho da terceira via, choca-me ver jovens (e não só) forçados a ter de escolher o «arroz-com-feijão», servido a desoras, diante da eventualidade da condenação da numenklatura, caso se opte por um suculento peito de novilho, assado à padeira, com batatas cozidas e esparregado. É que há sempre espaço para sonhar e melhorar. SEMPRE! Assistimos à busca de um vector político entre o Imperialismo americano e o Social-imperialismo russo; testemunhámos a aproximação de teses entre economistas marxistas e capitalistas; continua-se procurando, nas políticas, um equilíbrio entre o económico e o social, entre a liberdade e a segurança. Sem que tivessem caído nem o carmo, nem a trindade! Resultados? Talvez não sejam os ideais, mas lá estão eles, para quem tem olhos e queira ver: o fim da guerra-fria; um grupo, cada vez maior, de economistas marxianos; o estado social de direito democrático; o alastramento da economia de mercado. Por essas e por outras, torna-se preciso ousar, assumir riscos calculados; importará aceitar e conviver com a diferença; valerá SEMPRE a pena dar um safanão no pânico, diante do novo.
Parafraseando JFK, é chegada a hora de deixar de pesquisar o que o nosso país pode fazer por nós, e de começar a inventariar o que podemos fazer pelo nosso país. E, principalmente, é mister que o executado passe a ser uma tradução criativa, fiel e coerente do planeado. Para o bem de todos e para a felicidade geral da Nação.

Monday, February 16, 2009

DA ORAÇÃO À ACÇÃO I

O BUROCRATA NACIONAL
“Não é a falta de boas ideias que enfraquece a capacidade de uma nação de desenvolver e implementar políticas públicas coerentes, mas sim a sua incapacidade de fazer com que as coisas sejam feitas.”
Steve Miller
O burocrata cabo-verdiano, sempre muito sério e formal, corta cerce qualquer tentativa de inovação, ainda que proposta adentro dos cânones estreitos do Estatuto do Funcionalismo, usando a velha tesoura de sempre: E NÃO É EXACTAMENTE ISSO QUE REZAM OS NOSSOS DIPLOMAS? NÃO É ASSIM QUE ESTÁ NO NOSSO PLANO?
O que os nossos burocratas não entendem é que enquanto nós rezamos, os outros, aqueles que marcham à nossa frente, FAZEM… acontecer. Os nossos estatutos, as nossas normas, os nossos regulamentos, os nossos planos, podem rezar maravilhas. Mas tais maravilhas a gente encontra em quase todos os estatutos e planos. O que verdadeiramente faz a diferença, não é o que rezam, mas a honestidade de propósito, a vontade absolutamente resoluta, enfim, a determinação de fazer as coisas acontecerem conforme o planeado. Os planos, os programas e os projectos à japonesa, por exemplo, podem não ser novidade no papel, mas fazem as coisas acontecerem, na prática - diz Júlio Lobos. Eis o sorriso da Mona Lisa! E é o único ponto que interessa. Por isso o Japão é… o JAPÃO.
O que distingue a «Mona Lisa» de Leonardo da Vinci, de um outro quadro bem pintado, retratando uma matrona gorduchinha?! É isso aí, adivinhou. É o sorriso enigmático de Mona Lisa que distingue o quadro de qualquer outro. É esse algo mais, que distingue o trabalho de um génio do de um bicho-careta qualquer, que faz a diferença.