No princípio da década de 90 do século passado, a cidade de São Paulo vivia o que se poderia caracterizar como o caos no trânsito. Não tinha tanto a ver com a ciculação, mas, e principalmente, com a questão do estacionamento. Todo mundo estacionava onde lhe dava na veneta. Corriam o risco de apanhar uma pesada coima por estacionamento irregular? Corriam, claro. Mas qual o grau de probabilidade de um condutor, em 11 milhões, ser "caçado" em infracção ao Código de Estrada?
Os condutores apostavam nesse endiabrado jogo de probabilidades e acabavam quase sempre ganhando.
Segundo JC, e seus seguidores, não sendo possível ter um agente em cada esquina... é ajoelhar e encomendar o futuro a Deus.
Deus já dissera (e acredito que JC, neste particular, comungue com o pai) PONHA A MÃO QUE EU TE AJUDAREI. Mas por aqui, os discípulos de JC, com LL à cabeça, entendem que DEUS TÂ RESOLVÊ, e ficam-se na deles, esquecendo-se que o outro JC (que é Deus com o Pai, na unidade do Espírito Santo) ensinara já, há dois mil anos atrás, que «NÃO TENTARÁS O SENHOR TEU DEUS».
Assim como assim, as autoridades paulistanas lançaram mão da sua criatividade e inventaram os MARRONZINHOS.
Os MARRONZINHOS vêm a ser um grupo de jovens recrutados e treinados pela Secretaria de Engenharia do Trânsito da Prefeitura Municipal de São Paulo para auxiliarem a polícia no controlo do trânsito em São Paulo (Capital), maximé dos estacionamentos. Treinaram-nos, vestiram-nos de calções e jaleco em marron e camisetas em amarelo torrado e lançaram-nos nas ruas de uma das maiores metrópoles do Mundo.
Deu logo certo? Certamente que não. Foi difícil para os condutores entenderem que deviam respeito a esses jovens; foi complicado para os policiais militares aceitarem a ajuda desses «meninos»; a opinião pública dividiu-se diante da nova realidade surgida com os MARRONZINHOS (que é como ficaram a ser conhecidos, em razão do modelito em marron que envergavam). Mas, volvidos pouco mais do que década e meia sobre a "aterragem" dos marronzinhos em São Paulo, se a situação do trânsito (e dos estacionamentos) não é aí nenhuma BRASTEMP, ela está, sem dúvida, de longe, muito melhor do que antes. Pode-se falar, com propriedade, de um ANTES e de um DEPOIS dos MARRONZINHOS. Eles contam! Eles interferiram com a balbúrdia! Hoje a polícia de São Paulo não se imagina a controlar a cidade sem eles, os marronzinhos.
Em Sampa, o pessoal teve imaginação, ousou e fez acontecer.
Por aqui, o que nos faz falta é imaginação (e alguma inteligência, claro). E começar a acreditar em Deus: ponham as mãos que ELE nos ajudará. Que essa de esperar que as coisas se resolvam de per si, ou que Liedson resolva, acabou. C'est fini! Kaput!
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