Friday, June 13, 2008

CHEEEEEGA!!!

“A política é quase tão excitante como a guerra e não menos perigosa. Na guerra a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política diversas vezes.”

Winston Churchill



CHEGA!
Chega de festejos. Chega de chorar sobre o leite derramado. Chega de massagens ao ego. Chega de auto-comiseração. Chega de farrompas. Chega de buscar cabelo em ovo.
Aos vencedores sugiro, ao jeito do tutor de Alexandre Magno, que vejam a sua sombra e que reparem que ela (a sombra) não é MAIOR do que era dantes. Aos vencidos faço sugestão parecida: que constatem que a sua sombra não é MENOR do que era dantes.
Acabou a ladainha de grupos vencedores e grupos vencidos. É chegada a hora de grupos que competem. E grupos que competem tendem a comportar-se de modo bem diverso: (i) são, geralmente, coesos (seus membros se unem, eliminando suas diferenças internas); (ii) mudam o clima de informal, casual e brincalhão para compenetrado em cumprir os objectivos; (iii) os seus membros estão predispostos a aceitar uma liderança autocrática (e, em reacção de complementaridade, os padrões de liderança deslizam, também, do democrático para o autocrático); (iv) são altamente estruturados e organizados; (v) e exigem mais lealdade dos seus membros (que, por seu lado, se disponibilizam, sem rebuço, para dar corpo a uma frente - sólida e unida qb - para enfrentar os adversários).
É que há aí à frente, esperando pela atenção de AMBOS (de TODOS), tanta coisa por equacionar e resolver. Ele é a Praia que não pode continuar adiada; são as eleições legislativas que aí vêm; é o presente clamando por transformações; é o futuro por construir; ele é um mundo de coisas que não acontecem de per si. A hora é, pois, de trabalho.

Trabalho para encontrar as soluções por que a Praia clama. A Praia tem solução, sim senhora, mas as soluções têm de ser construídas. Não são de geração expontânea: exigem planeamento, organização, direcção e controlo; exigem engajamento do poder local, do poder central, das forças vivas locais, de todos os praienses. Situação e oposição devem atirar para detrás das costas as questiúnculas e darem-se as mãos para viabilizar as soluções para que esta cidade cresça, se desenvolva e prodigalize progresso e bem-estar para residentes e visitantes.
Trabalho, também, para que o país continue a ser governado com ponderação. A situação que afine o seu programa de governação e refine a sua performace. A oposição que se prepare, se organize e se apresente como alternativa credível à governação. E que cada um faça o seu trabalho de casa, para que não nos venham chatear depois com lengalengas do tipo “fraude”, “compra de consciências”, “bocas-de-urna”, e «outras bocas». Que o povo vota sempre certo. Conscientemente ou porque «Deus escreve direito por linhas tortas», a história das eleições livres nesta República confirma a justeza das opções deste povo. O voto é a arma do povo e este tem-na usado com a perícia de um Billy «the Kid» ou dos irmãos James (Jesse and Frank).

É, pois, chegado o momento de pôr um ponto final nas lamúrias e nos festejos. É chegada a hora de se montar (ou remontar, conforme os casos) os melhores governos possíveis. Para a República e para a sua Capital. É chegado o momento de organizar os partidos e as associações cívicas para os desafios que nos esperam. Nem os partidos, nem as associações (cívicas, comunitárias, de classe, etc.) devem meter férias.
As organizações da sociedade civil para ajudarem os poderes a actualizarem o levantamento dos problemas que clamam por uma solução; para cooperarem na identificação das prioridades; para participarem das tomadas de decisão.
Os partidos para fazerem o seu papel de correia de transmissão entre as populações e os poderes: auscultando as populações, influenciando a governação e direccionando as decisões dos poderes por eles suportados. E, claro está, que se organizem, convenientemente, para os embates eleitorais que vêm aí; que se preparem para todas as eventualidades (1, x ou 2, que nem no Totobola); e, finalmente, que aprendam a respeitar as decisões do eleitorado (ELE sabe o que quer, para onde vai, e, principalmente, COM QUEM VAI).


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