Qual é o sonho de consumo de qualquer empresa ou empresário? Estará certo quem responder desta forma: TER O MONOPLÓLIO DA PRODUÇÃO E DA DISTRIBUIÇÃO DE UM BEM ESSENCIAL. Que só ele possa produzir e vender, em todo o território nacional, um bem de que todos precisem, ninguém possa viver sem, e todos estejam dispostos a pagar o preço que for fixado. Mais: que os preços sejam fixados na base dos custos de produção+ amortizações+lucros razoáveis. Como por exemplo a água e a electricidade: todos precisam, ninguém consegue viver sem, e todo o mundo está disposto a pagar o justo preço, para garantir o fornecimento ininterrupto de tão preciosos bens.
Então, porque a ELECTRA tendo um tal negócio (DA CHINA, dir-se-ia) está praticamente falida? Digo falida, porque é o que se diria de uma micro empresária que fabricasse doces de leite e, a páginas tantas, não pudesse honrar os compromissos junto dos fregueses porque… não tinha dinheiro (NEM CRÉDITO) para comprar gás para acender o fogo e fazer o seu docinho. Na ELECTRA, segundo confessou um dos Fortes que a administram, falta dinheiro (e CRÉDITO) para comprar combustível para produzir energia eléctrica e água. Salvaguardadas as proporções…
Mas como foi possível chegar-se a um tal estado de coisas? Bem… não há tesouraria que resista às situações em que a empresa se enredou (ou foi enredada, como se preferir):
1. O pagamento do aluguer dos grupos instalados na Avenida João Belo (frente ao Motcha);
2. O pagamento do aluguer dos grupos da ER instalados em Palmarejo Grande;
3. Aquisição de gasoil (substancialmente mais caro que o fuel oil) para funcionamento dos grupos alugados;
4. O fornecimento de energia GRATUITAMENTE para uma grande franja da população;
5. Manutenção em funções de agentes que, em conluio com terceiros, furtam e roubam os bens produzidos pela empresa a duras penas;
6. A insistência em manter o seu centro de decisão longe da Capital (que é onde as coisas acontecem, onde os problemas podem conhecer uma solução e, last but not least, onde tem maiores negócios e maiores problemas).
São problemas a mais para uma empresa que sempre primou por uma gestão pouco ou nada agressiva. Mas nem por isso se pode desistir de encontrar soluções duradouras.
No momento o maior problema da empresa é o depauperamento da tesouraria: capital de giro volatilizado, crédito estourado, credibilidade zero. No imediato, e para evitar males maiores, a solução que se vislumbra é a de sempre: vir o Tesouro público em socorro da Sociedade Anónima de Responsabilidade Limitada.
Mas isso não resolve o problema. E nem é justo: os contribuintes sufragaram o plano de privatizações exactamente para não mais terem de ser eles a financiar as acções tendentes a evitar que as empresas públicas rolem ladeira abaixo. Precisam-se soluções duradouras, que ataquem as causas para evitar as consequências.
Antes de mais, é preciso que a empresa “fure” a fila, de modo a ver se consegue adquirir geradores próprios para que possa escapar da hemorragia para a sua tesouraria (ou para a tesouraria do Estado) que representa o pagamento do aluguer dos grupos de socorro instalados em Palmarejo Grande e em Chã de Areia. Convirá que os novos grupos geradores, a adquirir, utilizem óleo combustível mais barato e que a sua acção seja complementada por injecção de energia eólica (menos do que 10% da capacidade instalada será sempre uma má solução).
Outra medida urgente (para ONTEM) é a cessação do fornecimento de energia eléctrica a título gracioso para uma representativa franja da população do arquipélago. A empresa tem que ser capaz de se defender das pessoas e dos empregados que atacam a rede para usufruir de energia a custo zero ou mediante pagamento a quem não deviam.
Para grandes males… grandes remédios. A empresa precisa saber quem é quem lá dentro, a modos de poder saber com quem, de facto, pode contar na batalha para abolição do usufruto de energia sem pagamento ao pagador/distribuidor. Tem que contar com o poder judicial e inventar incentivos para poder contar com a disponibilidade total da polícia. De posse de um mandato judicial, uma equipa composta por um oficial de justiça, um leitor e uma escolta policial pode passar os bairros a pente fino: porque o leitor sabe as casas onde habitualmente faz leituras e entrega facturas para pagamento, bastava verificar as casas que utilizam energia eléctrica mas não têm contador, nem recebem facturas, pelo menos pelas vias normais. A seguir, impunha-se agir em conformidade. O Fortes (o da Comissão Executiva) que pergunte ao mano (o Comandante) como conseguiu o interesse da polícia na introdução e manutenção da ordem no caos que eram os acessos e os estacionamentos do Porto da Praia. E aí, é só seguir a receita.
Outro constrangimento tem a ver com a ausência de uma estrutura com capacidade negocial e de decisão do centro onde as coisas se decidem, se arranjam. É o Conselho de Administração, a Comissão Executiva, todas as instâncias, fora do centro nacional das grandes decisões, dos grandes negócios, dos créditos substanciais, dos problemas também. O autismo dos accionistas nesta matéria é de bradar aos céus! Obrigam o Presidente da Comissão Executiva a “morar” na ponte aérea Praia/Sanvicente, sem necessidade e com custos (passagens, ajudas de custo, comunicações e, quiçá, aluguer de viaturas) perfeitamente dispensáveis. E para quem tem a tesouraria no estado em que a ELECTRA tem a sua…
Acho bem que o Governo, por ora, abra os cordões à bolsa e nos socorra (e à ELECTRA). Mas deve deixar claro que há um conjunto de situações que têm de ser modificadas, sob pena de não mais o Tesouro (os contribuintes, na verdade) acudir à tesouraria da empresa. Algumas delas:
a) A resolução célere da questão do aluguer de grupos geradores, pela via do aceleramento do processo de aquisição de geradores próprios (“furando” a fila de espera se for o caso;
b) Acção rápida e em concertação com o poder judicial, a polícia e as associações de base comunitária, para pôr fim à utilização de energia eléctrica sem pagamento ou com pagamento a terceiros;
c) Identificação e desligação, em processo de urgência, dos agentes da empresa que remam contra os interesses da mesma;
d) Instalação na Capital de uma estrutura executiva, com a necessária capacidade negocial e poder de decisão com o escopo de conferir maior agilidade à empresa seja na resolução dos problemas, seja ainda na moralização da actuação dos seus agentes.
Assim como está, não pode continuar.
Soube, pelo próprio, que o Presidente da Comissão Executiva não gostou de uma intervenção minha a propósito da ELECTRA. Certamente não irá gostar de mais esta. Só lhe peço que não meta a nossa velha amizade no meio desta trapalhada toda. Tem de entender que a ELECTRA, muito antes dele, já era uma pedra no sapato dos praienses. E que sempre temos lutado para poder contar com um serviço melhor, com mais qualidade e fornecido de forma ininterrupta. Se nos conseguir isso, vai ser o nosso HERÓI. Mais do que os rapazes do AFROBASKET 2007.
Vamos sair do buraco?
Então, porque a ELECTRA tendo um tal negócio (DA CHINA, dir-se-ia) está praticamente falida? Digo falida, porque é o que se diria de uma micro empresária que fabricasse doces de leite e, a páginas tantas, não pudesse honrar os compromissos junto dos fregueses porque… não tinha dinheiro (NEM CRÉDITO) para comprar gás para acender o fogo e fazer o seu docinho. Na ELECTRA, segundo confessou um dos Fortes que a administram, falta dinheiro (e CRÉDITO) para comprar combustível para produzir energia eléctrica e água. Salvaguardadas as proporções…
Mas como foi possível chegar-se a um tal estado de coisas? Bem… não há tesouraria que resista às situações em que a empresa se enredou (ou foi enredada, como se preferir):
1. O pagamento do aluguer dos grupos instalados na Avenida João Belo (frente ao Motcha);
2. O pagamento do aluguer dos grupos da ER instalados em Palmarejo Grande;
3. Aquisição de gasoil (substancialmente mais caro que o fuel oil) para funcionamento dos grupos alugados;
4. O fornecimento de energia GRATUITAMENTE para uma grande franja da população;
5. Manutenção em funções de agentes que, em conluio com terceiros, furtam e roubam os bens produzidos pela empresa a duras penas;
6. A insistência em manter o seu centro de decisão longe da Capital (que é onde as coisas acontecem, onde os problemas podem conhecer uma solução e, last but not least, onde tem maiores negócios e maiores problemas).
São problemas a mais para uma empresa que sempre primou por uma gestão pouco ou nada agressiva. Mas nem por isso se pode desistir de encontrar soluções duradouras.
No momento o maior problema da empresa é o depauperamento da tesouraria: capital de giro volatilizado, crédito estourado, credibilidade zero. No imediato, e para evitar males maiores, a solução que se vislumbra é a de sempre: vir o Tesouro público em socorro da Sociedade Anónima de Responsabilidade Limitada.
Mas isso não resolve o problema. E nem é justo: os contribuintes sufragaram o plano de privatizações exactamente para não mais terem de ser eles a financiar as acções tendentes a evitar que as empresas públicas rolem ladeira abaixo. Precisam-se soluções duradouras, que ataquem as causas para evitar as consequências.
Antes de mais, é preciso que a empresa “fure” a fila, de modo a ver se consegue adquirir geradores próprios para que possa escapar da hemorragia para a sua tesouraria (ou para a tesouraria do Estado) que representa o pagamento do aluguer dos grupos de socorro instalados em Palmarejo Grande e em Chã de Areia. Convirá que os novos grupos geradores, a adquirir, utilizem óleo combustível mais barato e que a sua acção seja complementada por injecção de energia eólica (menos do que 10% da capacidade instalada será sempre uma má solução).
Outra medida urgente (para ONTEM) é a cessação do fornecimento de energia eléctrica a título gracioso para uma representativa franja da população do arquipélago. A empresa tem que ser capaz de se defender das pessoas e dos empregados que atacam a rede para usufruir de energia a custo zero ou mediante pagamento a quem não deviam.
Para grandes males… grandes remédios. A empresa precisa saber quem é quem lá dentro, a modos de poder saber com quem, de facto, pode contar na batalha para abolição do usufruto de energia sem pagamento ao pagador/distribuidor. Tem que contar com o poder judicial e inventar incentivos para poder contar com a disponibilidade total da polícia. De posse de um mandato judicial, uma equipa composta por um oficial de justiça, um leitor e uma escolta policial pode passar os bairros a pente fino: porque o leitor sabe as casas onde habitualmente faz leituras e entrega facturas para pagamento, bastava verificar as casas que utilizam energia eléctrica mas não têm contador, nem recebem facturas, pelo menos pelas vias normais. A seguir, impunha-se agir em conformidade. O Fortes (o da Comissão Executiva) que pergunte ao mano (o Comandante) como conseguiu o interesse da polícia na introdução e manutenção da ordem no caos que eram os acessos e os estacionamentos do Porto da Praia. E aí, é só seguir a receita.
Outro constrangimento tem a ver com a ausência de uma estrutura com capacidade negocial e de decisão do centro onde as coisas se decidem, se arranjam. É o Conselho de Administração, a Comissão Executiva, todas as instâncias, fora do centro nacional das grandes decisões, dos grandes negócios, dos créditos substanciais, dos problemas também. O autismo dos accionistas nesta matéria é de bradar aos céus! Obrigam o Presidente da Comissão Executiva a “morar” na ponte aérea Praia/Sanvicente, sem necessidade e com custos (passagens, ajudas de custo, comunicações e, quiçá, aluguer de viaturas) perfeitamente dispensáveis. E para quem tem a tesouraria no estado em que a ELECTRA tem a sua…
Acho bem que o Governo, por ora, abra os cordões à bolsa e nos socorra (e à ELECTRA). Mas deve deixar claro que há um conjunto de situações que têm de ser modificadas, sob pena de não mais o Tesouro (os contribuintes, na verdade) acudir à tesouraria da empresa. Algumas delas:
a) A resolução célere da questão do aluguer de grupos geradores, pela via do aceleramento do processo de aquisição de geradores próprios (“furando” a fila de espera se for o caso;
b) Acção rápida e em concertação com o poder judicial, a polícia e as associações de base comunitária, para pôr fim à utilização de energia eléctrica sem pagamento ou com pagamento a terceiros;
c) Identificação e desligação, em processo de urgência, dos agentes da empresa que remam contra os interesses da mesma;
d) Instalação na Capital de uma estrutura executiva, com a necessária capacidade negocial e poder de decisão com o escopo de conferir maior agilidade à empresa seja na resolução dos problemas, seja ainda na moralização da actuação dos seus agentes.
Assim como está, não pode continuar.
Soube, pelo próprio, que o Presidente da Comissão Executiva não gostou de uma intervenção minha a propósito da ELECTRA. Certamente não irá gostar de mais esta. Só lhe peço que não meta a nossa velha amizade no meio desta trapalhada toda. Tem de entender que a ELECTRA, muito antes dele, já era uma pedra no sapato dos praienses. E que sempre temos lutado para poder contar com um serviço melhor, com mais qualidade e fornecido de forma ininterrupta. Se nos conseguir isso, vai ser o nosso HERÓI. Mais do que os rapazes do AFROBASKET 2007.
Vamos sair do buraco?
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