“Conquiste o inglês para tornar a China mais forte.” LI YANG
“Aprender um idioma global é vital para qualquer nação, não apenas para a China.” DAVID CRYSTAL
Um leitor fidelizado perguntava-me outro dia se não pensava intervir a propósito das eleições presidenciais do próximo ano. Se não considerava a questão importante, se não tinha ainda opinião formada sobre o assunto ou se estava satisfeito com as colocações feitas na comunicação social. Respondi-lhe que a questão não era prioritária, que há tantas e tão importantes questões que clamam pela atenção do cabo-verdiano, e que, por isso, a questão presidencial pode e deve esperar. Mas não deixei de acalmar o leitor, informando-o da existência de um grupo de reflexão que definiu já cenários de intervenção e participação democrática em relação às presidenciais de 2011 – daqui a, mais ou menos, 18 meses.
O grupo de reflexão, deitando mão dos princípios do PES – Planeamento Estratégico Situacional – de Carlos Matus, definiu os cenários seguintes:
- Cenário 01 : O MpD e o PAI, em processos democráticos, definem apoiar o melhor candidato de cada um dos campos (Jorge Carlos Fonseca e Aristides Raimundo Lima, por exemplo) e estes, e só estes, entram em campo. Aí, o pessoal fecha o dossier presidencial e vai votar no dia marcado, cada um escolhendo o candidato que lhe parecer melhor para o país;
- Cenário 02: Carlos Veiga impõe um candidato aos militantes do MpD, numa demonstração de força (por exemplo, Amílcar Spencer Lopes), e o PAI apoia um candidato escolhido em processo democrático próprio (por exemplo, Aristides Lima) e estes, e só estes, entram em campo. Aí, o pessoal, em defesa da democracia que deve reger os processos políticos de escolha, escolhe votar, e promover a votação, em Aristides Lima;
- Cenário 03: O MpD escolhe, em processo democrático próprio, apoiar um candidato (por exemplo, Jorge Fonseca) e José Maria Neves decide impor aos militantes do PAI o «seu» candidato (por exemplo, Manuel Inocêncio de Sousa) e estes, e só estes, entram em campo. Aí, o grupo, sempre em defesa da democracia nos processos de escolha, ainda que internos, escolhe votar, e promover a votação, em Jorge Carlos Fonseca;
- Cenário 04: Veiga e Neves impõem candidatos aos militantes dos respectivos partidos, em demonstração de força (não se acham, ambos, mais populares que os partidos que lideram?), por exemplo Spencer Lopes e Inocêncio Sousa. Aí o grupo sai à rua, buscando um candidato da cidadania (o Rev. Adérito Ferreira, jornalista Filomena Silva, o escritor Germano Almeida, o historiador António Leão Correia e Silva, a professora Ondina Rodrigues, o empresário Jacinto Santos, o cientista político Onésimo Silveira ou outro cidadão elegível), construindo, à volta deste, os consensos necessários, montando uma boa plataforma, definindo um bom discurso, fazendo a necessária engenharia financeira, desafiando os «bodonas» nacionais, tudo fazendo para que nas eleições presidenciais de 2011 haja um candidato escolhido segundo cânones democráticos, e de lá saia um Chefe de Estado amplamente consensual.
O discurso seria muito simples. Antes de mais sublinhar-se-ia a necessidade de desmontagem da fraude dos líderes mais populares do que os partidos que lhe dão o «empowerment»; depois, sublinhava-se a necessidade dos militantes do PAI e do MpD se realizarem na escolha, PESSOAL, de um candidato (não se submetendo à imposição dos respectivos líderes); finalmente, sublinhava-se a necessidade de cidadão nenhum ficar em casa no dia das eleições (chova ou faça sol), fazendo uma clara demonstração de força (aí, SIM) da cidadania. O bom e o bonito será ver os «bodonas» e seus afilhados retirarem-se da cena, com o rabinho entre as pernas. Não há, portanto, razão para estar afoito a 18 meses das eleições. E se pensarmos que se as Legislativas forem em Março, as Presidenciais em Setembro, a posse do Chefe de Estado em Outubro, nem valeria a pena nos desgastarmos. Afinal, o Mundo não acaba em 2012? Tanto leva e traz para eleger um Presidente que talvez venha a ter um mandato de um par de meses…
O meu leitor sorriu, balançou a cabeça e quis saber o que era então prioritário, para mim. Respondi-lhe, de pronto, que a prioridade era aprender a criar oportunidades, aprender a aproveitar estas e outras que nos baterem à porta e, sobretudo, aprender que basta de investimentos em elefantes brancos. Perguntei-lhe se sabia quantos elefantes brancos já temos enjaulados em Cabo Verde, onde se encontram as jaulas, quem eram os responsáveis, quem os tinha industriado a tomar tais decisões, enfim as questões da praxe, nesses casos. Identificou com exactidão todos os bicharocos nacionais, onde estão localizados, só falhando na resposta acerca das eminências pardas por detrás de tais decisões. Ah! E quis saber que importava isso, sendo certo que o Mundo acabará em 2012.
“Aprender um idioma global é vital para qualquer nação, não apenas para a China.” DAVID CRYSTAL
Um leitor fidelizado perguntava-me outro dia se não pensava intervir a propósito das eleições presidenciais do próximo ano. Se não considerava a questão importante, se não tinha ainda opinião formada sobre o assunto ou se estava satisfeito com as colocações feitas na comunicação social. Respondi-lhe que a questão não era prioritária, que há tantas e tão importantes questões que clamam pela atenção do cabo-verdiano, e que, por isso, a questão presidencial pode e deve esperar. Mas não deixei de acalmar o leitor, informando-o da existência de um grupo de reflexão que definiu já cenários de intervenção e participação democrática em relação às presidenciais de 2011 – daqui a, mais ou menos, 18 meses.
O grupo de reflexão, deitando mão dos princípios do PES – Planeamento Estratégico Situacional – de Carlos Matus, definiu os cenários seguintes:
- Cenário 01 : O MpD e o PAI, em processos democráticos, definem apoiar o melhor candidato de cada um dos campos (Jorge Carlos Fonseca e Aristides Raimundo Lima, por exemplo) e estes, e só estes, entram em campo. Aí, o pessoal fecha o dossier presidencial e vai votar no dia marcado, cada um escolhendo o candidato que lhe parecer melhor para o país;
- Cenário 02: Carlos Veiga impõe um candidato aos militantes do MpD, numa demonstração de força (por exemplo, Amílcar Spencer Lopes), e o PAI apoia um candidato escolhido em processo democrático próprio (por exemplo, Aristides Lima) e estes, e só estes, entram em campo. Aí, o pessoal, em defesa da democracia que deve reger os processos políticos de escolha, escolhe votar, e promover a votação, em Aristides Lima;
- Cenário 03: O MpD escolhe, em processo democrático próprio, apoiar um candidato (por exemplo, Jorge Fonseca) e José Maria Neves decide impor aos militantes do PAI o «seu» candidato (por exemplo, Manuel Inocêncio de Sousa) e estes, e só estes, entram em campo. Aí, o grupo, sempre em defesa da democracia nos processos de escolha, ainda que internos, escolhe votar, e promover a votação, em Jorge Carlos Fonseca;
- Cenário 04: Veiga e Neves impõem candidatos aos militantes dos respectivos partidos, em demonstração de força (não se acham, ambos, mais populares que os partidos que lideram?), por exemplo Spencer Lopes e Inocêncio Sousa. Aí o grupo sai à rua, buscando um candidato da cidadania (o Rev. Adérito Ferreira, jornalista Filomena Silva, o escritor Germano Almeida, o historiador António Leão Correia e Silva, a professora Ondina Rodrigues, o empresário Jacinto Santos, o cientista político Onésimo Silveira ou outro cidadão elegível), construindo, à volta deste, os consensos necessários, montando uma boa plataforma, definindo um bom discurso, fazendo a necessária engenharia financeira, desafiando os «bodonas» nacionais, tudo fazendo para que nas eleições presidenciais de 2011 haja um candidato escolhido segundo cânones democráticos, e de lá saia um Chefe de Estado amplamente consensual.
O discurso seria muito simples. Antes de mais sublinhar-se-ia a necessidade de desmontagem da fraude dos líderes mais populares do que os partidos que lhe dão o «empowerment»; depois, sublinhava-se a necessidade dos militantes do PAI e do MpD se realizarem na escolha, PESSOAL, de um candidato (não se submetendo à imposição dos respectivos líderes); finalmente, sublinhava-se a necessidade de cidadão nenhum ficar em casa no dia das eleições (chova ou faça sol), fazendo uma clara demonstração de força (aí, SIM) da cidadania. O bom e o bonito será ver os «bodonas» e seus afilhados retirarem-se da cena, com o rabinho entre as pernas. Não há, portanto, razão para estar afoito a 18 meses das eleições. E se pensarmos que se as Legislativas forem em Março, as Presidenciais em Setembro, a posse do Chefe de Estado em Outubro, nem valeria a pena nos desgastarmos. Afinal, o Mundo não acaba em 2012? Tanto leva e traz para eleger um Presidente que talvez venha a ter um mandato de um par de meses…
O meu leitor sorriu, balançou a cabeça e quis saber o que era então prioritário, para mim. Respondi-lhe, de pronto, que a prioridade era aprender a criar oportunidades, aprender a aproveitar estas e outras que nos baterem à porta e, sobretudo, aprender que basta de investimentos em elefantes brancos. Perguntei-lhe se sabia quantos elefantes brancos já temos enjaulados em Cabo Verde, onde se encontram as jaulas, quem eram os responsáveis, quem os tinha industriado a tomar tais decisões, enfim as questões da praxe, nesses casos. Identificou com exactidão todos os bicharocos nacionais, onde estão localizados, só falhando na resposta acerca das eminências pardas por detrás de tais decisões. Ah! E quis saber que importava isso, sendo certo que o Mundo acabará em 2012.
Tive que lhe explicar que, antes de mais, não é certo que o Mundo acabará em 2012 e que mesmo aceitando a fatalidade, seria sempre mais honroso não terminar os nossos dias endividados (todos nós) por causa de… elefantes brancos. Deixei claro para o leitor que diante do falhanço da profecia que dizia que o Mundo acabaria no ano 2000, o melhor mesmo era nos prepararmos para a eventualidade de novo falhanço. E aí, seria necessário que tivéssemos tudo funcionando no sentido da realização das nossas opções: CABO VERDE – Centro Financeiro Internacional; INDÚSTRIA LIGEIRA, virada para a exportação, instalada e funcionando a todo o vapor; AGRICULTORES menos pobres e muito próximos de nos garantirem a auto-suficiência alimentar (falhando apenas nos cereais).
Sublinhei o facto de podermos falhar a realização das nossas opções, caso falhemos o acesso efectivo aos fundos do MCC. Diante da sua incredulidade face à eventualidade de não acesso aos fundos, apesar de termos sido seleccionados para um segundo compacto do MCA, expliquei-lhe que com os fundos geridos pelo MCC, as coisas se passam um pouco como com os vistos de entrada nos Estados Unidos da América: o VISTO de entrada emitido pelos Consulados dos USA permite viajar até àquele país, mas a entrada efectiva nos States depende das autoridades fronteiriças das terras de Uncle Sam; se disserem NÃO, não vale apelar pela existência do VISTO. Com o MCA, acontece algo muito parecido: um país é seleccionado, mas, ao contrário da loteria (onde o ganhador se apresenta munido do bilhete premiado para sacar o prémio), só a coerência e a relevância dos projectos submetidos a financiamento ditam o desbloqueio dos fundos. Por isso, corremos riscos sérios que convém, elencar e ultrapassar. Aqui ficam alguns dos riscos expostos ao meu fiel leitor:
1. Negociação final muito próximo do termo da Legislatura, o que pode levar à assumpção de projectos que tenham a ver mais com a premência da reeleição do que propriamente com a realização das opções já consensualizadas;
2. Possibilidade de os projectos a financiar venham a ser apresentados por um um novo Governo, saído das eleições dos primeiros meses de 2011. Havendo alternância, i.e., sendo o MpD a dirigir o executivo da nova Legislatura, a SEZ (Síndrome da Estaca Zero) poderá complicar as coisas, levando a que os projectos sigam na contra-mão dos consensos iniciais, para escapar à acusação (esdrúxula, diga-se em abono da verdade) de estar a operacionalizar projectos deixados pelo Governo anterior;
3. A grande tentação de, seja qual for o partido do Governo, sob pressão, se apresentarem projectos megalómanos, votados a darem à luz novos elefantes brancos.
A filosofia subjacente ao novo figurino de Ajuda dos USA privilegia o apoio a esforços de investimento virados para o crescimento económico e consequente redução da pobreza. Todo e qualquer desvio em relação a tal filosofia pode levar-nos a bater com o nariz nas pesadas portas dos cofres do MCC. Assim, não só não sobra espaço para elefantes brancos, como ainda as soluções devem estar consensualizadas e não se afastarem muito de soluções já testadas com sucesso.
Na última década, a China praticamente dobrou o número de pessoas capazes de se comunicar em inglês e já superou até mesmo a Índia no total de falantes. Em 2008 o governo chinês tornou obrigatório o inglês nas escolas para crianças a partir dos 09 anos de idade e, em cidades maiores, como Pequim e Xangai, a obrigatoriedade começa aos 06 anos. Para receber os visitantes durante a Olimpíada de 2008 e a feira internacional Expo 2010 – que acontece a partir de Maio próximo em Xangai - foram criados programas de treino intensivo para profissionais como taxistas, médicos e pessoal do sector de turismo*. Estará na aposta no inglês a justificação para o milagre chinês? Não será, certamente, o único fautor de tal milagre, mas ninguém nega o peso de tal aposta no sucesso de muitos países. Em um país que se diz, e se sente, vocacionado para sediar um Centro Financeiro Internacional (sério e a sério), e que não se vai conformar em apenas dar prédios de arrendamento para instalação das instituições de crédito, a aposta no Inglês certamente não será negligenciada, nem o MCC negará os necessários fundos para a realização da vocação: Popularização do Inglês, Massificação da Internet, Vulgarização da Informática e Formação de bancários e profissionais da intermediação financeira.
Insisto em propostas já registadas anteriormente (a registada acima; investimentos na infra-estruturação de zonas francas, na produção de água e de energia eléctrica que permita o seu débito a preços mais competitivos, em redes de distribuição de água e energia, na capacitação da nossa mão-de-obra; no desenvolvimento da Agricultura, pela via da modernização dos processos de produção, na mudança das mentalidades, na aposta na preparação, equipamento e motivação de Extensionistas Rurais) mas não tenho a pretensão de ser o dono da verdade. A ideia é tão-somente cimentar um enfoque pragmático na construção das propostas a serem submetidas: NÃO a megalomanias; um NÃO claro a elefantes brancos; preocupação constante com o retorno dos investimentos (promoção de crescimento económico que deverá desembocar na redução dos níveis de pobreza e do número de pobres); banimento absoluto de tentativas de ajuste de contas (essa foi-me sugerida por uma colocação feita por um dirigente do PSD - por ocasião da discussão da Lei das Finanças Regionais - segundo o qual, não faz o mínimo sentido travar a Região Autónoma da Madeira ou a Região de Lisboa, só porque estão acima da média nacional.
A prioridade agora, amigo leitor, é a preparação do país para a eventualidade de não se realizar a profecia segundo a qual o Mundo acabará em 2012. Por isso, não se exclua, nem se deixe excluir, do processo de construção das propostas de projectos a submeter ao MCC. Quanto às presidenciais de 2011… por enquanto, é puro folclore, NADA PORQUE VALHA A PENA PERDER O SONO.
* ver «A nova fronteira do Inglês», publicado na edição 960 da Revista «EXAME».
Sublinhei o facto de podermos falhar a realização das nossas opções, caso falhemos o acesso efectivo aos fundos do MCC. Diante da sua incredulidade face à eventualidade de não acesso aos fundos, apesar de termos sido seleccionados para um segundo compacto do MCA, expliquei-lhe que com os fundos geridos pelo MCC, as coisas se passam um pouco como com os vistos de entrada nos Estados Unidos da América: o VISTO de entrada emitido pelos Consulados dos USA permite viajar até àquele país, mas a entrada efectiva nos States depende das autoridades fronteiriças das terras de Uncle Sam; se disserem NÃO, não vale apelar pela existência do VISTO. Com o MCA, acontece algo muito parecido: um país é seleccionado, mas, ao contrário da loteria (onde o ganhador se apresenta munido do bilhete premiado para sacar o prémio), só a coerência e a relevância dos projectos submetidos a financiamento ditam o desbloqueio dos fundos. Por isso, corremos riscos sérios que convém, elencar e ultrapassar. Aqui ficam alguns dos riscos expostos ao meu fiel leitor:
1. Negociação final muito próximo do termo da Legislatura, o que pode levar à assumpção de projectos que tenham a ver mais com a premência da reeleição do que propriamente com a realização das opções já consensualizadas;
2. Possibilidade de os projectos a financiar venham a ser apresentados por um um novo Governo, saído das eleições dos primeiros meses de 2011. Havendo alternância, i.e., sendo o MpD a dirigir o executivo da nova Legislatura, a SEZ (Síndrome da Estaca Zero) poderá complicar as coisas, levando a que os projectos sigam na contra-mão dos consensos iniciais, para escapar à acusação (esdrúxula, diga-se em abono da verdade) de estar a operacionalizar projectos deixados pelo Governo anterior;
3. A grande tentação de, seja qual for o partido do Governo, sob pressão, se apresentarem projectos megalómanos, votados a darem à luz novos elefantes brancos.
A filosofia subjacente ao novo figurino de Ajuda dos USA privilegia o apoio a esforços de investimento virados para o crescimento económico e consequente redução da pobreza. Todo e qualquer desvio em relação a tal filosofia pode levar-nos a bater com o nariz nas pesadas portas dos cofres do MCC. Assim, não só não sobra espaço para elefantes brancos, como ainda as soluções devem estar consensualizadas e não se afastarem muito de soluções já testadas com sucesso.
Na última década, a China praticamente dobrou o número de pessoas capazes de se comunicar em inglês e já superou até mesmo a Índia no total de falantes. Em 2008 o governo chinês tornou obrigatório o inglês nas escolas para crianças a partir dos 09 anos de idade e, em cidades maiores, como Pequim e Xangai, a obrigatoriedade começa aos 06 anos. Para receber os visitantes durante a Olimpíada de 2008 e a feira internacional Expo 2010 – que acontece a partir de Maio próximo em Xangai - foram criados programas de treino intensivo para profissionais como taxistas, médicos e pessoal do sector de turismo*. Estará na aposta no inglês a justificação para o milagre chinês? Não será, certamente, o único fautor de tal milagre, mas ninguém nega o peso de tal aposta no sucesso de muitos países. Em um país que se diz, e se sente, vocacionado para sediar um Centro Financeiro Internacional (sério e a sério), e que não se vai conformar em apenas dar prédios de arrendamento para instalação das instituições de crédito, a aposta no Inglês certamente não será negligenciada, nem o MCC negará os necessários fundos para a realização da vocação: Popularização do Inglês, Massificação da Internet, Vulgarização da Informática e Formação de bancários e profissionais da intermediação financeira.
Insisto em propostas já registadas anteriormente (a registada acima; investimentos na infra-estruturação de zonas francas, na produção de água e de energia eléctrica que permita o seu débito a preços mais competitivos, em redes de distribuição de água e energia, na capacitação da nossa mão-de-obra; no desenvolvimento da Agricultura, pela via da modernização dos processos de produção, na mudança das mentalidades, na aposta na preparação, equipamento e motivação de Extensionistas Rurais) mas não tenho a pretensão de ser o dono da verdade. A ideia é tão-somente cimentar um enfoque pragmático na construção das propostas a serem submetidas: NÃO a megalomanias; um NÃO claro a elefantes brancos; preocupação constante com o retorno dos investimentos (promoção de crescimento económico que deverá desembocar na redução dos níveis de pobreza e do número de pobres); banimento absoluto de tentativas de ajuste de contas (essa foi-me sugerida por uma colocação feita por um dirigente do PSD - por ocasião da discussão da Lei das Finanças Regionais - segundo o qual, não faz o mínimo sentido travar a Região Autónoma da Madeira ou a Região de Lisboa, só porque estão acima da média nacional.
A prioridade agora, amigo leitor, é a preparação do país para a eventualidade de não se realizar a profecia segundo a qual o Mundo acabará em 2012. Por isso, não se exclua, nem se deixe excluir, do processo de construção das propostas de projectos a submeter ao MCC. Quanto às presidenciais de 2011… por enquanto, é puro folclore, NADA PORQUE VALHA A PENA PERDER O SONO.
* ver «A nova fronteira do Inglês», publicado na edição 960 da Revista «EXAME».